Você já ouviu falar nos deuses havaianos? A religião havaiana é politeísta, o que significa que está aberta e abrange vários deuses e deusas, cada um com diferentes funções e responsabilidades.
De fato, os havaianos adoram cerca de 40 mil divindades e espíritos religiosos tradicionais. A mitologia havaiana se concentra em narrativas da vida e da natureza, e é inspirada em um retrato mais amplo da tradição religiosa polinésia.
A religião havaiana desenvolveu-se ao longo de vários séculos até que os colonos e missionários estrangeiros a suprimiram no século XIX. As antigas crenças ainda estão vivas e sendo seguidas pelos moradores locais.
No passado, pessoas comuns e chefes de tribos adoravam quatro deuses havaianos: Kāne, Kanaloa, Kū e Lono. Cada um deles se manifestava de maneira diferente e eram adorados.
O nascimento da religião e dos deuses havaianos
Os deuses havaianos e crenças religiosas foram levadas para as ilhas por Pa’ao, um samoano do Taiti que chegou ao arquipélago entre 1.100 e 1.200 dC.
Pa’ao era um conquistador de terras e um sacerdote. Ele invadiu o Havaí e começou uma era de guerra no território porque não estava satisfeito com a forma como os descendentes de Hawai’i Loa governavam as ilhas. Pa’ao introduziu novos deuses ao povo havaiano, além de um sistema kapu, um código de conduta de leis e regulamentos, e o sacrifício humano.
A religião havaiana é uma rica mistura de práticas nativas e crenças indígenas. Em sua essência está a crença de que os espíritos podem ser encontrados em animais, objetos e elementos naturais como o céu, as ondas e os vulcões.
Em 1978, o Congresso dos EUA aprovou o American Indian Religious Freedom Act (AIRFA), uma lei federal que protege e preserva as práticas religiosas tradicionais dos nativos havaianos, índios americanos, esquimós e aleutas.
4 principais deuses havaianos
A seguir, saiba mais sobre os quatro principais deuses havaianos.
Kane: O Deus da Criação e do Céu
Kane é o deus da criação e do céu. Ele é o deus de todos os deuses e deusas. Ele criou Kanaloa para agir como seu oposto, enquanto Kane representa vida e luz, Kanaloa representa trevas e escuridão. Ele criou Lono para cuidar da terra e sua fertilidade.
Se as mulheres havaianas precisassem de ajuda para dar à luz, elas fariam oferendas a Kane e pediriam sua ajuda. Se um pescador estivesse criando algo como uma canoa ou uma casa, por exemplo, ele também faria oferendas a Kane para ter sua bênção na nova criação.
Kanaloa: O Deus do Oceano
Kanaloa é o deus do mar e do oceano. Ele criou Kū, que se casou com sua filha Hina, a deusa do amor, da paz e da renovação da vida. Curiosamente, Kū e Hina são opostos, mas também representam marido e mulher. Os havaianos oram para ele por qualquer coisa que tivesse a ver com o oceano.
Se estivessem prestes a navegar em uma canoa, rezariam para Kanaloa e lhe ofereceriam presentes em seu templo. Se eles estivessem indo pescar, eles oravam por uma pesca bem-sucedida e faziam oferendas em sua casa de adoração.
Kū: O Deus da Guerra
Kū é o deus da guerra. Ele era conhecido por ser muito feroz, sendo o único deus que exigia sacrifícios humanos. Muitas pessoas foram mortas em seu altar como um presente para ele.
Kū governa durante oito meses do ano, o tempo de guerra, período em que os descendentes de antigos governantes locais atacavam uns aos outros para tentar roubar suas terras.
Lono: O Deus da paz, da chuva e da fertilidade
Lono é o deus da agricultura, da fertilidade e da paz. Ele traz sol, vento e chuva para tornar a terra fértil novamente. Assim ele governa quatro meses do ano. Então, nesse período, Kū não tem poder para ajudar nas batalhas.
Portanto, durante o tempo de Lono, a guerra é proibida. Para os nativos, esse é um momento de festa, dança e jogos, pois é considerada uma fase de paz. Essas competições tradicionais têm o objetivo de fortalecer as habilidades e os músculos dos guerreiros que estão se preparando para o próximo período de guerra.
Em tempos de paz, os sacerdotes de Lono (ou os kahuna) andavam pela ilha com seus kapa brancos e anunciavam que era tempo de paz. O tempo de paz de Lono também é conhecido como a temporada do Makahiki.
A cultura havaiana é rica em provérbios
Ditados sobre a vida, emoções e atividades diárias são comuns na cultura havaiana. Isso atravessou os tempos se mantendo viva na história. A preservação da antiga língua havaiana é também um sinal da continuação de sua tradição, estilo de vida, poesia e cultura.
Profundamente inspirado por suas raízes espirituais e religiosas, o Havaí é um epicentro filosófico da região por misturar o poder dos elementos naturais com a essência da humanidade.
O ambiente natural e a ancestralidade vulcânica são fortes elementos da cultura havaiana. Essa é uma das razões pelas quais tantas pessoas de todo o mundo se apaixonam pelo Havaí, famoso arquipélago do Oceano Pacífico.
Viajantes, exploradores, artistas, turistas e escritores sempre deixam uma parte de seus corações no Havaí depois de descobrir suas vibrações mágicas e inspiradoras.
Para muitos deles, o pôr do sol é quase como um momento religioso, sendo uma experiência natural sagrada que se repete todos os dias. Os pores do sol são instantes de contemplação íntima e privada. É um momento em que é possível que todos se olhem no espelho.
Os havaianos acreditam que o pôr do sol nos diz o que somos e para onde devemos ir. É um guia espiritual alimentado pela Mãe Natureza e que nunca deve ser negligenciado.
O crepúsculo nos ensina a ser pessoas melhores e escolher a felicidade em vez de riquezas, carreiras, ressentimentos e mentiras. O pôr do sol também está intimamente ligado ao amor, à vida, a Deus, à amizade, à família, à praia e ao oceano.
O pôr do sol é um dos eventos naturais mais fotografados do mundo, sendo que no Havaí não é diferentes, tendo um forte significado, inclusive para aqueles que reverenciam diferentes deuses havaianos.